sexta-feira, 3 de outubro de 1997

Subida para S.Lourenço


Encostei o meu carro e aguardei.
Dei a mim mesmo alguns minutos e prometido estava que sairia dali assim que eles se esgotassem.
Vi-a chegar e encostar. Saiu do carro mostrando uma coxa bronzeada. Subi pelo corpo com o olhar e parei contemplativo no decote.
O cumprimento tímido e os sorrisos que se impunham antes de me dizer: -"Não sabias que era eu! Posso tratar-te por tu não posso?"
Que lata! A saber que daqui a nada estaria a gemer encostada á capota do carro, comigo entre as suas pernas e a perguntar-me se me podia tratar por tu.
- "Claro que podes. E de facto nunca associei a voz."
A mão dela pousou no meu braço e acariciou-me. Mais umas frases perdidas e sem interesse, prelúdio a um beijo trocado. Tímido de inicio, lábios que se tocam. Até que as nossas línguas mandaram às urtigas tudo e todos.
Acariciei-lhe o corpo enquanto nos beijávamos. Aflorei das costas da mão os bicos que endureciam por baixo da blusa.
Mistura de suspiro e gemer num beijo parado. Sorriu e colou-se ainda mais a mim.
Mas desta vez a mão dela guiou a minha até á sua cintura , fazendo-a entrar por baixo da roupa. Tocar-lhe e sentir-lhe o calor da pele, do corpo deu-me uma tesão descomunal.
-"tenho pouco tempo hoje. Era mais para te ver. Vou ter de ir embora antes que fique doida de todo."
Doida de todo? Doidona varrida isso sim. Já estou que não posso e diz-me que tem de ir.
Assenti com a cabeça e afastamo-nos, mantendo o contacto pelas pontas dos dedos.
De repente colocou as mãos no meu peito e baixou-se. Empurrando-me contra o carro abriu-me as calças e o meu sexo saltou para fora sem pedir licença.
Abocanhou-o e lentamente fazia a língua tilintar. Apertava os lábios em redor do meu mastro.
Reluzente de desejo. Escorrendo a mistura dos fluidos meus e dela.
Os dedos que a ajudavam, indo e vindo, para cima e para baixo.
Tesão doida .
Sentia que iria rebentar - Enchê-la de mim naquela boca - Os meus dedos emaranhados nos cabelos dela tentaram afastá-la.
Fitou-me incrédula e disse-lhe...
-"Vou-me vir, estou que não aguento..."
-"Então vem-te. Mas diz-me palavras porcas, trata-me mal, vou-te chupar esse leite todo e levá-lo comigo"
E dito isto retomou o vai e vem. Chupando sofregamente agora.
Aquelas palavras pareciam cavilha de granada retirada. A imagem do meu vir nela...
E sem me controlar mais...vim.
Torrente do meu fluído que as bochechas dela acumulavam antes de engolir. O som da deglutição cadenciado com o estertor do meu sexo nas convulsões finais.
Até que as últimas gotas foram sugadas com deleite.
Levantou-se, compôs-se naquele jeito que a mulher tem de se compor tão ...mulher.
-"Amanhã aqui á mesma hora." - A ordem era inequívoca.
O meu ego enchendo-se de orgulho parvo.
Amanhã cá estarei.

quinta-feira, 2 de outubro de 1997

Quem será...?

Aquela voz ao telefone era familiar.
Mas não a conseguia visualizar. Quem seria? E como obtivera ela o meu número?
-"...sabe que me tenta?...sempre que o vejo?"
-"...ainda não sabe quem eu possa ser? a sério? ai o menino que distraído..."
Ameaçando com o desligar da chamada continuou:
-"gostaria de se encontrar comigo?..."
-"das pessoas onde trabalha quem o seduz mais?"

Do meu trabalho? Mas quem ...? Dias passaram-se com estes diálogos inócuos e enervantes até que em Viana um dia ... passei o telefone a um colega de trabalho perguntando-lhe se reconhecia a voz.
O olhar dele passou do gozo á estupefacção ... e passando-me o telemóvel diz-me:
-"desliga!! desliga! é a sobrinha do boss! foda-se, desliga essa merda. Tás fdd."
A sobrinha do boss ... loira e boazuda. Quente e aquecida. Sonsa e oferecida.
Proibida na minha máxima de não molhar a caneta na tinta da empresa.
Cruzamo-nos na cantina no dia seguinte e o meu sorriso traíu-me. Um rubor percorreu-me a face, entregando-me numa bandeja.
Ao almoço um papel dobrado e redobrado caíu como que esquecido no meu colo.
"Logo às 18h00 subida para S. Lourenço"
Curioso agora ...
(Carla Marina)