quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Um beijo sussurrado

Não tem letra este beijo sussurrado.
Beijo sussurrado arrancando-nos sorrisos matreiros.
Beijo sussurrado anódino de maldade.
Mas hoje sonho um beijo sussurrado percorrendo-te a pele. Saboreando o sal que libertas.
Um beijo sussurrado pelas curvas do teu corpo. Acompanhado pelos dedos que te anseiam.
Sussurro de desejo como tu me despertaste.
Os poros do teu corpo abertos por arrepios de lábios meus em ti perdidos.
Envolve-me com as tuas pernas.
Um beijo sussurrado onde és mulher ... libertar o infinito de estrelas contidas na tua alma.
Fazê-las reluzir no teu olhar.
Com um beijo sussurrado.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Delírio"

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....
"Delirio" de Olavo Bilac

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

vidros embaciados

De um movimento único senti os cabelos dela perderem-se nas minhas mãos. Dedos ágeis abriram-me as calças e uma mão quente apertou gentilmente o meu sexo.

Um ruído metálico seguido de um cair brusco do assento do carro fez-me voltar á realidade momentâneamente.
O meu corpo acomodou-se á nova posição e estremeceu com a caricia que o respirar quente dela me provocou.
Um calor repleto de desejo envolveu o meu sexo. Húmido e quente, abocanhando-o por completo.
Os meus dedos emaranhando-se nos cabelos soltos crispam-se quando com suavidade sinto a lingua lamber-me de baixo para cima.

Bastou-me para a rigidez tomar posse do meu sexo...num esgar de prazer solto um gemido. A glande envolta pelos seus lábios palpitava engrossando milimetricamente a cada segundo.
Levantando a cabeça e fitando-me com uns olhos côr de amêndoa torrada sussurra-me :
- "hoje quero o teu sabor...!"

A assonância do ir e vir no meu sexo faz-me regressar ao presente. Os vidros embaciados reveladores do calor libertado pelos nossos corpos.
Gemo, mas desta vez de prazer puro. Sinto-me dono do mundo, subjugado ao prazer...

Libertação do ser animalesco confinado num canto da minha existência.
O estalar dos labios ao chupar-me , o som duma boca repleta de saliva e néctar subindo e descendo num mastro agora levantado ao alto.
- "deixas-me doido, que tesão ..." - murmuro deleitando-me.
O aperto que sente nos seus cabelos são o sinal que estou prestes a explodir. Acelerando no seu movimento tenta encostar a glande bem no fundo da garganta. Engolindo-me quase por completo.
Um espasmo percorre-me o corpo, tesão e tensão acumulada ao longo de intermináveis minutos de prazer contínuo. Encho-lhe a boca do meu néctar que prova gulosamente.
A lingua percorrendo o meu sexo goticula tudo o que deitei. O meu sexo palpita , sinto as veias bombeadas deixando-me pronto para ainda mais.
E sem se fazer rogada, com a alavanca das velocidades a servir de fronteira, nada a impediu de se encavalitar em cima de mim. O sexo dela molhado de desejo , chamariz ao que nos prometeramos.

De uma mão segurei no meu sexo enquanto ela se sentava , acomodando-se. Gemeu lânguidamente, enquanto me abraçava.
Gememos ao ritmo que a penetrava...lentamente.
Ritmados naquele movimento de sobe e desce fui sentindo o prazer dela escorregar pelo meu sexo abaixo. As minhas mãos segurando-a pelas nadegas , ajudando-a nos movimentos.
Sem parar senti o orgasmo dela . Mordendo-me ferozmente no ombro enquanto o corpo dela, invadido por espasmos derretia ali sentada em mim.
- "Queria ficar assim contigo. Queria que ficasses comigo."
Fitei-a sem responder. Ela já conhece a resposta.
- "... tenho de ir , já é tarde." - retorqui.
(...)
(Sofia)