sábado, 25 de outubro de 2008

A lingua lambe



A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.

Carlos Drummond de Andrade

4 comentários:

  1. vim aqui parar em fragmentos e, por coincidencia, hj poetei sobre língua(a) eu sabia que tinhas poesia para além da pornografia (at+e rima rs)

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  2. se há coisa que o teu blog é, é tudo menos pornografia...

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  3. Libertya agradeço e de facto nunca o foi. Pelo menos também o penso e quero.
    beijo

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