terça-feira, 16 de agosto de 2011

Rei dos Paus

É pau, e rei dos paus, não marmelleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser arvore de figo,
Da glande o fructo tem, sem ser sobreiro:

Verga, e não quebra, como o zambujeiro;
Occo, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando ás vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

Á roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nú;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!

Para carvalho ser falta-lhe um u;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar metta-o no cu.

Bocage, Poesias eroticas,
burlescas e satyricas, London, 1926

ADIVINHASTE ?
CONSOLA-TE!!

(dedicado a um anónimo/a muitoooo especial. Se és gajo fode-te. Se és gaja e não te ligo, "das duas três" ... ou não valeste nadinha ou ... não vales nada.)

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